segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Batman de Bruce Timm - Parte 1

O começo da lenda.

É curioso como algumas pessoas se tornam tão importantes na concepção de um personagem estando fora das páginas dos quadrinhos, como Tim Burton, Cris Nolan, Jack Nicolson e Heath Ledger para o Batman, Cristopher Reeve para o Super-Homem, Zack Snider para 300 (de Esparta) ou Hugh Jackman para o Wolverine. Uns mais que os outros, é claro. É como se redefinissem esse universo fantástico, acrescentando elementos que preenchem lacunas ou criam novas fronteiras.

Também é curioso quando essa genialidade está associada a algo que possua uma simplicidade na sua estrutura. Limpo, enxuto, mas extremamente eficaz.

Bruce Timm reúne essas duas características para si. Como? Ora, lembre-se, primeiro, do Batman da década de 1990 para cá e veja qual a primeira imagem que lhe vem à cabeça: Batman – The Animated Series. Em segundo lugar, perceba o quão simples e limpo é o seu traço, diferente dos exageros que vira e mexe se vê por aí. Sim, Bruce Timm é um gênio completo no universo de Batman.

Nascido em 8 de fevereiro de 1961, Bruce Timm é ilustrador, desenhista de quadrinhos, produtor e animador. Bruce saltou de idealizador de um rosto para o Cavaleiro das Trevas na última década para arquiteto do estilo de desenhos animados ligados à DC Comics. Começou a carreira em 1981, empregado na Filmation como um artista de layout trabalhando em Blackstar e The Lone Ranger. No ano de 1982 foi trabalhar na Don Bluth Productions. Em seguida, retornou a Filmation para trabalhar em He-Man e Os Mestres do Universo e She-Ra, A Princesa do Poder. Em 1984, mudou-se para a Marvel Productions como um desenhista de personagens em desenhos como As Novas Aventuras de Super Mouse. Em 1989, foi trabalhar na Warner Bros Television como roteirista e desenhista de personagens para Steven Spielberg Presents Tiny Toon Adventures. Mais tarde, ele foi promovido a produtor de Batman: The Animated Series.

O trabalho de Bruce Timm com o Cavaleiro das Trevas é reverenciado até hoje. Uniu o clima sombrio do filme de 1989 com elementos mais sérios das HQs desde a obra Cavaleiro das Trevas de Frank Miller. O tom canastrão da série dos anos 60 e do desenho Superamigos foi totalmente esquecido. Trouxe todos os personagens relevantes das histórias de Batman e teceu um cenário profundo a todo o ambiente do desenho em suas 3 temporadas iniciais. No início, o desenho chamava-se apenas Batman – The Animated Series. A partir da segunda temporada, passou a chamar-se The Adventures Of Batman & Robin, com a entrada de Dick Grayson. Essas 3 temporadas, produzidas por Bruce Timm e Erick Radomski foi ao ar entre 1992 e 1995.

Após os 85 episódios do desenho, uma sequencia de novos episódios foram criados, intitulado As Novas Aventuras do Batman, que foi ao ar de 1997 a 1999 com 24 episódios produzidos. Eles foram ao ar como parte de As novas aventuras de Batman e Superman. Circula uma informação não confirmada de que essa sequencia possui a alcunha de Batman: Cavaleiros de Gotham, mas não há confirmação disso, e nenhuma tela de abertura foi produzida com esse título. Apenas recentes produções para novos episódios tem esse título e as revistas em quadrinhos baseadas nessa versão chamadas Batman: Aventuras de Gotham. Reapresentações de As Novas Aventuras de Batman no Cartoon Network e na TV aberta foram misturadas com os episódios de Batman: A Série Animada usando a mesma apresentação, sem distinção. O desenho é uma continuação de "Batman: A Série Animada", passada 2 anos após o episódio 85 da série animada. Trazendo alguns pequenos elementos diferentes em seu traço, é uma animação que segue todo o requinte do trabalho inicial de Timm e Radomiski. Nessa sequencia, Batman perde o oval amarelo em seu uniforme, se aproximando o estilo atual do personagem, lembrando, uma vez mais, o Cavaleiro de Miller. Dick Grayson não é mais Robin, tornando-se Asa Noturna. A alcunha de parceiro do Homem-Morcego é passada para o joven Tim Drake. Bárbara Gordon, como Batgirl, incorpora-se mais as histórias.

Já como uma lenda dentro dos estúdios da Warner e da DC Comics, Timm criou a versão futurista de Batman, o excelente Batman Beyond e o consagrado desenho da Liga da Justiça e sua sequencia Liga da Justiça Sem Limites. Em 1996 criou também sua versão para Superman em The New Adventures Of Superman.

Bruce Timm deu o ar de sua genialidade uma vez mais em Gotham dirigindo o espetacular Batman - Gotham Knight, animação em estilo anime que, teoricamente, se situa entre Batman Begins e The Dark Knight. - apesar de algumas inconsistências. A qualidade de seu trabalho pode ser percebida na narrativa sem igual das crônicas que incorporam essa animação.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Coleção das Trevas...

Hot Toys apresenta a figura de ação de Duas-Caras



Quando fico garimpando a internet atrás dessas quinquilharias que marmanjos aficionados como eu gostam – mas na maioria das vezes não tem DINHEIRO para pagar – me faço a observação: “muitos desses brinquedos não são para crianças...”

E a Hot Toys sempre se esforça para lembrar-nos disso. No final de 2008 foi exibida a nova figura de ação da série baseada no filme Cavaleiro das Trevas: Harvey Dent, o Duas-Caras. É de impressionar a precisão dos produtos desse MONSTRO CAPITALISTA engolidor de almas colecionadoras (queria poder usurpar uma em nome dos que não podem vender o rim para comprá-los!)!

O boneco mede 30 centímetros e possui 32 pontos de articulação. As roupas de tecido podem ser trocadas, alternando entre o promotor Harvey Dent e o já desfigurado Duas-Caras, que tem seu terno com a metade queimada. É possível, também, trocar a cabeça e as mãos, que simulam várias situações. A base da figura trás a inscrição “Harvey Dent / Two-Face” em uma plaqueta.

A importadora brasileira do produto é a Piziitoys, que anuncia para esse semestre a chegada do boneco.

Se vacilar, de tão perfeita, a figura pode jogar a moeda e te dar um tiro enquanto você dorme...

Veja as imagens oficiais da Hot Toys


quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Asilo Arkham

Nada mais justo que falarmos de nossa casa.

No extremo oposto a Mansão Wayne, existe um asilo para loucos. Lá, não existe mundo real, mundo imaginário. Uma edificação que possui vida própria. Assusta. Impõe. Os militantes da luta anti-manicomial a deveriam queimar primeiro.

O Asilo Arkham.

Seu fundador foi Amadeus Arkham, que concluiu suas obras em 1921. O que dá vida ao fantasma gigante que é o asilo são suas histórias. Antes de inaugurá-lo, a esposa e filha de Amadeus foram estupradas e mutiladas pelo assassino louco Martin “Mad Dog” Hawkins, que acabou sendo um dos primeiros internados.

Amadeus cuidou do assassino de sua família pelos meses que se seguiram, até o aniversário de um ano do crime, em 1922, quando o torturou e matou com eletrochoques. O doutor Amadeus acabou ele mesmo enlouquecendo e sendo internado, morrendo no asilo que construiu.

O atual diretor do Asilo Arkham é o neto de Amadeus, Jeremiah Arkham.

A mansão da loucura é um manicômio judiciário, ou seja, seus internos são pessoas criminosas que possuem diagnóstico de psico-patologia. Todos os que habitam o Arkham são considerados sujeitos de alta periculosidade.

Muitos que se encontram fora do Arkham, sob a proteção de seus cargos políticos ou fortunas fraudulentas também são, mas enfim...

A rotina no asilo mudou quando surgiu em Gotham um vigilante solitário, que resolve buscar justiça com as próprias mãos. Sob uma persona de morcego, valendo-se de teatralidade e superstição, Batman caça criminosos pelas ruas da cidade sem seguir ordens e sem a sombra da “lei do sistema”. Como isso muda o Arkham? Disse o Capitão James Gordon no final de Batman Begins:

“A escalada. Nós usamos semi-automáticas, os bandidos usam automáticas. Nós usamos blindagem e coletes a prova de balas e eles usam munição anti-perfurante...você (Batman) por aí, vestido de morcego, saltando de prédios...”

A teatralidade obscura de Batman cria seus anti-naturais. Criminosos que dão vazão a sua loucura, externam, unindo seu espírito de vingança, caos, opressão/repressão, seus medos e delírios em totens, em símbolos. As ruas se enchem deles, Arkham se enche deles. Cada um com sua loucura, cada um com seu desejo, sua sede. Enclausurados nas paredes do monstro, cada um anseia espalhar sua dor por Gotham. Até que, como nos mostra a graphic novel Batman: Asilo Arkham, criam uma simbiose com o asilo.

Tão importante para o mundo de Batman é o Asilo Arkham, que essa dama do lixo ganhou uma história só para si. Crônica antológica, no hall das HQs mais lidas e homenageadas no mundo, mostra uma história que une Lovecraft e Oscar Wilde em 128 páginas. Asilo Arkham mostra o justiceiro enfrentando suas fraquezas mentais. Grant Morrison, disseca a mente de um homem que se veste de morcego e sai para fazer justiça, acreditando que isso mudará o mundo, esquecendo-se do quanto se parece com os marginais que percegue.





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